domingo, dezembro 31, 2006

sexta-feira, dezembro 29, 2006

quinta-feira, dezembro 28, 2006

quarta-feira, dezembro 27, 2006

terça-feira, dezembro 26, 2006



Teria confundido a lua o meu olhar
Como um convite para entrar?
Estaria ela farta do céu? Quereria partir?

Não me vou perder em dilema alheio
Nem sendo tal um lunar anseio,
Certo, certo é que agora não a deixo sair!

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Sobre a questão do aborto

Aborto voluntário: decisão tomada por uma mulher com o objectivo de interromper a vida de um feto* humano;

* feto do latim fetus – ser resultante da concepção, nos animais vivíparos, a partir do momento em que apresenta as características gerais da vida da espécie, mas ainda em fase uterina (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa)

Suicídio : decisão tomada por alguém com o objectivo de interromper a sua própria vida;

Eutanásia: decisão tomada por alguém com o objectivo de interromper a sua própria vida, mas que carece de auxílio de outrem para a concretizar;

Pena de morte: decisão tomada por um colectivo com o objectivo de interromper a vida de alguém cuja conduta levou esse mesmo colectivo a decidir terminar com a sua vida.

A questão da interrupção voluntária da gravidez, vulgo aborto, tão polémica que já deu origem a dois referendos, tem, na minha opinião girado à volta da questão dos direitos e dos deveres. Se a mulher tem ou não o direito de interromper uma gravidez que não deseja, ou se tem o dever de a levar até ao fim, mesmo não a querendo.
É uma maneira de encarar esta questão, legítima sem dúvida, mas redutora e característica da forma de pensar da sociedade contemporânea, que normalmente a partir um facto concreto parte para a abstracção generalista, tendente a fazer tábua rasa das questões fundamentais que enquadram os vários problemas.
Ao se persistir em manter a polémica no âmbito dos direitos e dos deveres, estamos a conduzir toda a discussão para o campo das argumentações inconciliáveis, da diabolização permanente do ponto de vista antagónico do outro e para a resolução da questão através do denominador mínimo da quantidade, ou seja ganhará a posição que mais gente arregimentará para a sustentar. É um método, é um caminho, mas quanto a mim é muito pobre e demasiado fácil para a matéria em questão.
Quando falamos em aborto estamos a falar em terminar com a vida de alguém, que atendendo ao seu estado evolutivo é incapaz de opinar sobre o que ele pesará. É uma decisão de alguém, unilateral, em relação à vida de outra pessoa. A partir do momento em que um espermatozóide humano fecunda um óvulo humano, o seu resultado é um ser humano, porque não pode ser outra coisa.
O que está aqui em causa não é nem mais nem menos que o valor que cada um de nós dá à vida humana, ou seja é o entendimento que fazemos se a vida tem valor intrínseco para sobrepor a todas as outras questões.
Eu acho que não tem.
Considero, que em determinadas circunstâncias, há coisas mais importantes do que a própria vida humana.
Considero absolutamente legítimo que uma pessoa, perante as circunstâncias da sua própria vida, que nem sequer precisam de ser extraordinariamente dramáticas, decida que a mesma não valha a pena ser continuada.
Considero absolutamente legítimo que uma pessoa perante uma vida em sofrimento permanente, sem qualquer esperança de cura, incapaz de fisicamente agir contra si própria, solicite o auxílio de alguém para terminar a sua própria vida.
Considero absolutamente legítimo que uma dada comunidade perante um crime hediondo cometido por um membro dessa mesma comunidade, decida pôr-lhe termo à vida. A esta consideração acrescento que embora seja absolutamente a favor da aplicação da pena de morte, sou contra a sua concretização, e isto porque admito sempre o erro judiciário e num caso de um executado a irreversibilidade da pena é absoluta. Neste caso a condenação à morte seria apenas simbólica – o que é também importante – e a sua tradução prática seria em prisão perpétua.
Em todos estes exemplos, para além dos direitos e dos deveres, o que está – e estará – sempre implícito é o valor que cada um de nós e a comunidade a que pertencemos damos à vida humana.
Eu não valorizo muito a vida de um assassino sádico, de um violador, da mesma forma que não valorizarei muito a minha vida se a mesma, para mim mesmo, não fizer qualquer sentido ou significar sofrimento ou incapacidade permanente.
Por isto tudo admito que uma mulher, perante uma gravidez indesejada, que lhe causará danos que só ela poderá mensurar, possa decidir matar o ser humano que carrega no seu útero. Tudo se jogará não na esfera do direito ou do dever, mas sim da valorização intrínseca da vida.
Para terminar julgo ser razoável dizer que se no próximo referendo for dada à mulher a faculdade de decidir livremente e sem qualquer condicionante sobre a vida alheia, não fará mais qualquer sentido a culpabilização social do suicídio nem a proibição legal da eutanásia, até porque ambas as acções incidem sobre uma decisão tomada sobre a nossa própria vida e não sobre vida alheia.

Religiões - Apontamento 1

Como é Natal, eu arreligioso assumido – mas não ateu – vou escrevinhar um pouco sobre “religiões”, em “postagens” seguidas, mas espaçadas ao longo do tempo.

Diz-me o pouco que sei sobre a História e sobre a natureza humana que o aparecimento das “religiões” resulta da necessidade do Homem, tão antiga quanto ele, de encontrar explicações racionais para o que não entende. Sim, eu considero que a religiosidade resulta da racionalidade.
No início, o tudo não era o “verbo”. No início o tudo era o não saber a resposta para quase nada. Perante a necessidade imperiosa do tentar perceber, o Homem, começou a encontrar explicações para os fenómenos num patamar onde qualquer forma de explicar era plausível, porque não encontrava contraditório palpável no visível. Esse patamar era o patamar das divindades, imensas, e das suas manifestações.
O desígnio dos deuses e as suas acções – normalmente violentas – davam uma resposta “certinha” e adequada ao trovão à tempestade, ao furacão, etc, etc.
O que não se conseguia explicar, o que não se conseguia entender, apesar de inúmeros esforços humanos era, imediatamente, associada ao plano divino e daí, a partir daí, tudo estava acertadamente explicado.
A partir de determinada altura, que coincide mais ou menos, com o período em que o Homem começa a utilizar o metal como matéria prima para variados utensílios, começa a vislumbrar-se o aparecimento mais consistente do “homem dos Deuses”, do intermediário, das primeiras versões do “sacerdote-mago”.
Até aí já havia, em todas as comunidades, alguém mais dado à explicação fenomenológica, encontrando linguagem certa para a explicações das intenções divinas, mas essa faculdade não surgia de nenhum conhecimento especial, que fizesse a diferença perante os outros membros da comunidade, mas apenas resultava de algumas características específicas de alguns indivíduos, em que uma inteligência mais acutilante ou uma personalidade mais delirante, seriam, muito provavelmente, as mais marcantes.
No entanto, com o advento da utilização do metal, em que era necessário um domínio técnico muito apurado, aqueles que dominavam os segredos, sobretudo da fusão -, que lidando com elementos naturais – o metal em bruto e o fogo -, conseguiam proceder a transformações da matéria, fazendo ligas e dando novas formas, muito naturalmente encontraram um lugar de preponderância no seio comunitário.
Podemos dizer que os primeiros ferreiros foram os primeiros sacerdotes-magos, já que dominavam segredos arredados dos outros e conseguiam proceder a transformações na natureza das coisas.

sábado, dezembro 23, 2006

É Natal em todo o Planeta...



sexta-feira, dezembro 22, 2006

O homem é como uma caneta sendo o seu destino a sua tinta permanente.

E viver é como escrever:
esvaziando, no tempo que passa, a tinta da caneta,
preenchendo, com caligrafia irregular,
o papel branco que nos emprestaram à nascença.

Quando a tinta se esgota, pode ser que já não caibam mais palavras ou sobre muito espaço no papel,

certo é que nem tudo o que se quis escrever se escreveu,
e nem tudo que se escreveu se quis escrever.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

quarta-feira, dezembro 20, 2006


terça-feira, dezembro 19, 2006




ortodoxias...

(fonte: JMM)

segunda-feira, dezembro 18, 2006

PETIÇÃO ONLINE

CONTRA A IMPLEMENTAÇÃO DA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA TLEBS (TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA PARA OS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO)
Ao abrigo do disposto nos Artigos n.ºs 52º da Constituição da República Portuguesa, 247º a 249º do Regimento da Assembleia da República, 1º nº. 1, 2º n.º 1, 4º, 5º 6º e seguintes, da Lei que regula o exercício do Direito de Petição

domingo, dezembro 17, 2006

camadas...

sábado, dezembro 16, 2006


Cada vez mais me convenço que a opção pelo bem, quando consciente e profundamente avaliada, é uma prerrogativa dos egoístas, mais precisamente dos egoístas solitários.
O bem, quando consciente, profundamente definido e avaliado, revela-se uma enorme inutilidade no contexto comum. Escolhê-lo é uma birra pessoal de quem pensando em si pouco se importa com os outros. Os outros, acabam por quase nada significar para quem já se cansou de neles nunca encontrar consequência, mas que persiste em persistir por imperativo moral de feitio.

Nesta Pinto-Carolinada que tem extravasado da cloaca da Nação, o que me chocou mais, e deve ser porque sou um bota de elástico, foi saber que a cambada brindava com champanhe as derrotas da Selecção Nacional. Não é pelo futebol, é por outras coisas.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Pensamento ante-sono

Saber aceitar o quase é a condição sine qua non para o apaziguamento do espírito.
O apaziguamento do espírito, que não significa rendição, provoca a abertura do minúsculo buraco onde se infiltra o tímido lampejo da felicidade circunstancial.
O dito minúsculo buraco, localiza-se no vigésimo primeiro poro a contar da sobrancelha direita, na direcção da respectiva homóloga.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Piazzolla....



Astor Pantaleón Piazzolla (11.03.1921- 04.07.92) foi, provavelmente o melhor compositor de tango da segunda metade do século XX. Calambre, Balada para un loco, Chiquilín de Bachín, Decarísimo, El gordo triste, Invierno Porteño, Jaconto Chiclana, La bicicleta blanca, Los pájaros perdidos, Otoño Porteño, Pigmalíno, Revirado, Verano Portño e Adiós Nonino, são partituras e interpretações extraordinárias.





Adiós Nonino

Música – Piazzolla

Letra – Eládia Blázquez


Desde una estrella al titilar...
Me hará señales de acudir,
por una luz de eternidad
cuando me llame, voy a ir.
A preguntarle, por ese niño
que con su muerte, lo perdí,
que con "Nonino" se me fue...
Cuando me diga, ven aquí...
Renaceré... Porque...

¡Soy...! la raíz, del país
que amasó con su arcilla.
¡Soy...! Sangre y piel, del "tano" aquel,
que me dio su semilla.
Adiós "Nonino".. que largo sin vos,
será el camino.
¡Dolor, tristeza, la mesa y el pan...!
Y mi adiós.. ¡Ay! Mi adiós,
a tu amor, tu tabaco, tu vino.
¿Quién..? Sin piedad, me robó la mitad,
al llevarte "Nonino"...
Tal vez un día, yo también mirando atrás...
Como vos, diga adiós ¡No va más..!

Recitado:
Y hoy mi viejo "Nonino" es una planta.
Es la luz, es el viento y es el río...
Este torrente mío lo suplanta,
prolongando en mi ser, su desafío.
Me sucedo en su sangre, lo adivino.
Y presiento en mi voz, su propio eco.
Esta voz que una vez, me sonó a hueco
cuando le dije adiós Adiós "Nonino".

¡Soy...! La raíz, del país
que amasó con su arcilla...
¡Soy...! Sangre y piel,
del "tano" aquel,
que me dio su semilla.
Adiós "Nonino"... Dejaste tu sol,
en mi destino.
Tu ardor sin miedo, tu credo de amor.
Y ese afán... ¡Ay...! Tu afán
por sembrar de esperanza el camino.
Soy tu panal y esta gota de sal,
que hoy te llora "Nonino".
Tal vez el día que se corte mi piolín,
te veré y sabré... Que no hay fin.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Sugestão para presente de Natal

A Taschen está a editar estes volumes relacionados com as obras de vários realizadores.
É uma colecção cuidada, esteticamente muito agradável e rigorosa quanto aos conteúdos.
A relação qualidade/preço é razoável.

segunda-feira, dezembro 11, 2006


Eu que sou um guardador nato de tudo o quanto gosto, um arrecada tralha militante, sempre tive inveja dos coleccionadores e do seu espírito metódico.

Nunca fui capaz de ter paciência de fazer uma colecção completa e das várias que possuo – sobretudo de livros e revistas – ou foram herdadas ou compradas por atacado.

Tenho, guardadas por aqui e por ali, centenas de coisas, objectos que vão desde as pedras a marcadores de livros, de carrinhos clássicos a isqueiros, tudo amontoado sem nexo perceptível nem rigor aplicável.

Quem junta assim ao calha como eu, não tem – nem pode ter – catálogo, a não ser que a memória solta de todas as coisas.

Se calhar eu sou é um coleccionador de memórias. Melhor, eu sou é um álbum de memórias. E cada memória que arquivo, sem rei nem roque, é uma pegada da minha alma.

Estou mesmo a imaginar, daqui a uns milénios, cientistas e cientistas a teorizarem sobre a minha alma, caso seja o destino que a mesma, a dita, fossilize.

domingo, dezembro 10, 2006

Morreu Pinochet



















(Romy Schneider, Simone Signoret, Laureen Bacall, Marguerite Yourcenar)

E porque hoje é Domingo de sol...quatro mulheres muito belas. Eu acho.

Memórias de Adriano


“A moral é uma convenção privada; a decência é uma questão pública”

“Como toda a gente, só disponho de três meios para avaliar a existência humana: o estudo de nós próprios, o mais difícil e o mais perigoso, mas também o mais fecundo dos métodos; a observação dos homens, que na maior parte dos casos fazem tudo para nos esconder os seus segredos ou para nos convencer que os têm; os livros, com os seus erros particulares de perspectiva que nascem entre as suas linhas.”


"Memórias de Adriano", YOURCENAR, Marguerite.
Este livro é uma obra-prima. Leio e releio e todas as vezes leio algo de novo.
Um excelente presente de Natal....

Pensamento dominical

Portugal é o melhor país do mundo para se ser puta intelectual.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

USA - comentários dispensáveis

o despertar enregelado da sereia...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

O recente relatório sobre a situação do Iraque, coordenado por um grupo de Senadores norte-americanos, cujas recomendações principais se publicam em anexo, revela bem o desastre para os Estados Unidos e para o mundo em geral, que é a presente administração, presidida pelo Bush Junior.

As mentiras, os erros de avaliação, a incúria na actuação e a ligeireza criminosa que têm caracterizado o seu comportamento merecem, na minha opinião, uma queixa formal no Tribunal Penal Internacional de Haia.

...curly hair early in the morning...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

ORAÇÃO

Oração* à Deusa mais amada da Humanidade dita desenvolvida: a ESTUPIDEZ

Somos nós os vossos filhos dilectos

Porque três biliões de pessoas sobrevivem com menos de 2 USD/dia;

Porque o produto interno doméstico dos 48 países mais pobres do mundo (1/4 da totalidade dos países) é menor que a combinação das 3 maiores fortunas do mundo;

Porque no dealbar deste século XXI existem cerca de um bilião de pessoas completamente analfabetas;

Porque 51% das cem mais ricas instituições do mundo são multinacionais;

Porque 20% da população do mundo consome 86% dos bens do planeta;

Porque cerca de 30.000 crianças morrem de pobreza todos os dias (10 950 000/ano);

Porque analisando a tipologia de gastos anuais da humanidade verificamos que se despende 8 biliões de USD em cosméticos nos USA, 11 biliões de USD em gelados na Europa, 12 biliões de USD em perfumes nos USA e Europa, 35 biliões USD em entretenimento no Japão, 105 biliões USD em bebidas alcoólicas na Europa, 400 biliões de USD em drogas no mundo e 708 biliões de USD em armamento no mundo, quando para assegurar educação para todos no planeta bastaria gastar 6 biliões de USD, garantir água potável e saneamento básico a todos 9 biliões de USD e alimentação e cuidados de saúde básicos para todos os que precisam 13 biliões de USD.

* esta oração deve ser rezada antes de se iniciar a ceia de Natal.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Tudo tem uma explicação...

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Recordando 4.XII.1980


Em 4 de Dezembro de 1980 faleceram Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, respectivamente Primeiro Ministro e Ministro da Defesa de Portugal.

A sua morte foi provocada pela queda da pequena aeronave em que seguiam, num voo de Lisboa para o Porto.

As razões dessa queda estão, ainda, por descobrir.

Eram ambos homens superiores, que conjugaram esforços por bem.

Um era social-democrata, o outro era democrata cristão.

Cada um, à sua maneira, foram exemplos de coragem intelectual e física.

Tinham uma Ideia para Portugal.

Fizeram falta a Portugal.

enfim.... :)))

domingo, dezembro 03, 2006

"O animal moribundo", Philip Roth




O livro de Philip Roth “O animal moribundo” já foi editado em Portugal.
Norte-americano, nascido em Newark, New Jersey, autor de “A Mancha Humana” e de “A Conspiração contra a América”, são as suas criações mais famosas. Considero a “A Mancha Humana” uma obra-prima da literatura contemporânea.
Em “O animal moribundo” encontramos uma interessante relação entre o erotismo e perda.