segunda-feira, dezembro 11, 2006


Eu que sou um guardador nato de tudo o quanto gosto, um arrecada tralha militante, sempre tive inveja dos coleccionadores e do seu espírito metódico.

Nunca fui capaz de ter paciência de fazer uma colecção completa e das várias que possuo – sobretudo de livros e revistas – ou foram herdadas ou compradas por atacado.

Tenho, guardadas por aqui e por ali, centenas de coisas, objectos que vão desde as pedras a marcadores de livros, de carrinhos clássicos a isqueiros, tudo amontoado sem nexo perceptível nem rigor aplicável.

Quem junta assim ao calha como eu, não tem – nem pode ter – catálogo, a não ser que a memória solta de todas as coisas.

Se calhar eu sou é um coleccionador de memórias. Melhor, eu sou é um álbum de memórias. E cada memória que arquivo, sem rei nem roque, é uma pegada da minha alma.

Estou mesmo a imaginar, daqui a uns milénios, cientistas e cientistas a teorizarem sobre a minha alma, caso seja o destino que a mesma, a dita, fossilize.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O lugar definitivo para guardar as "nossas coisas" é sem dúvida na nossa alma, lugar esse imutável no tempo, e fiel a nós próprios.

11:42 da manhã  

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