terça-feira, maio 30, 2006
domingo, maio 28, 2006
quinta-feira, maio 25, 2006
terça-feira, maio 23, 2006
A lembrar...
Compositor e musicólogo (n. Tomar 17/12/1906). Formado no Conservatório Nacional de Lisboa, estreou-se com Variações sobre Um Tema Popular Português, 1029, para piano. Em Paris, de 1937 a 1939, estudou Musicologia na Sorbona. Desde então desenvolveu intensa actividade como pianista, compositor, crítico, organizador e regente de coros populares. Em 1942 fundou uma organização de concertos de música moderna e em 1951 lançou a revista Gazeta Musical. Compôs música dramática, orquestral, concertante, de câmara, para piano, canções e coros, tendo obtido o Prémio de Composição do Círculo de Cultura Musical em 1940, 1942, 1944 e 1952. Inspirou-se largamente na música folclórica portuguesa. A sua obra de maior envergadura é o Requiem (para cinco solistas vocais, coro misto e grande orquestra), concluído em 1979 e estreado em Lisboa no ano de 1981. Crítico e publicista, publicou diversas obras, entre as quais Introdução à Música Moderna, 1942, Bases Teóricas da Música, 1944, Viana da Mota, 1949, e A Canção Popular Portuguesa, 1953.
segunda-feira, maio 22, 2006
sábado, maio 20, 2006
sexta-feira, maio 19, 2006
«sendo senhor dos senhores, nunca quis nem parecer servo dos servidores»
«Foi el-rei D.João homem de corpo, mais grande que pequeno, mui bem feito e em todos os seus membros mui proporcionado; teve o rosto mais comprido que redondo e de barba em boa conveniência povoado. Teve os cabelos da cabeça castanhos e corredios e porém em idade de trinta e sete anos na cabeça e na barba era já mui cão, de que se mostrava receber grande contentamento pela muita autoridade que à sua dignidade real suas cãs acrescentavam; e os olhos de perfeita vista e às vezes mostrava nos brancos deles umas veias e mágoas de sangue, com que nas coisas de sanha, quando era dela tocado, lhe faziam aspecto mui temeroso. E porém nas coisas de honra, prazer e gasalhado, mui alegre e de mui real e excelente graça; o nariz teve um pouco comprido e derrubado. Era em tudo mui alvo, salvo no rosto, que era corado em boa maneira. E até idade de trinta anos foi mui enxuto das carnes e depois foi nelas mais revolto. Foi príncipe de maravilhoso engenho e subida agudeza e mui místico para todas as coisas; e a confiança grande que disso tinha muitas vezes lhe fazia confiar mais de seu saber e creu conselhos de outrem menos do que devia. Foi de mui viva e esperta memória e teve o juízo claro e profundo; e porém suas sentenças e falas que inventava e dizia tinham sempre na invenção mais de verdade, agudeza e autoridade que de doçura nem elegância nas palavras, cuja pronunciação foi vagarosa, entoada algum tanto pelos narizes, que lhe tirava alguma graça. Foi rei de mui alto, esforçado e sofrido coração, que lhe fazia suspirar por grandes e estranhas empresas, pelo qual, conquanto seu corpo pessoalmente em seus reinos andasse para as bem reger como fazia, porém seu espírito sempre andava fora deles, com desejo de os acrescentar. Foi príncipe mui justo e mui amigo de justiça e nas execuções dela mais rigoroso e severo que piedoso, porque, sem alguma excepção de pessoas de baixa e alta condições, foi dela mui inteiro executor, cuja vara e leis nunca tirou de sua própria seda, para assentar nela sua vontade nem apetites, porque as leis que a seus vassalos condenavam nunca quis que a si mesmo absolvessem.»
(Da Crónica de D.João II, de Rui de Pina)
quarta-feira, maio 17, 2006
domingo, maio 14, 2006
A propósito do encerramento de Maternidades
No entanto, do ponto de vista simbólico, o encerramento de uma maternidade significa uma espécie de falência do Estado perante as comunidades que enquadra.
Se muitas maternidades não possuem condições adequadas, o caminho a seguir deveria ser dotá-las dos meios suficientes e não fechá-las.
Em Elvas é perfeitamente legítima a opção por um parto em Badajoz, o que já é intolerável é que isso seja uma obrigatoriedade.
segunda-feira, maio 08, 2006
quinta-feira, maio 04, 2006
quarta-feira, maio 03, 2006
segunda-feira, maio 01, 2006
A propósito do 1º de Maio
A INADIÁVEL NECESSIDADE DE MUDANÇA SINDICAL
O Movimento Sindical e os Sindicatos em geral são elementos imprescindíveis numa democracia e numa economia de mercado.
São imprescindíveis como reguladores das relações de trabalho e na protecção dos direitos dos trabalhadores e dentro deles do mais importante: o direito ao trabalho.
O direito ao trabalho, sobretudo num tempo em que o desemprego grassa e cresce deve ser, inquestionavelmente a principal prioridade da luta sindical.
A questão do emprego não pode ser separada da natureza do mercado vigente, nem das condições económicas, financeiras e de competitividade que regem esse mesmo mercado.
O mercado hoje, e consequentemente a própria natureza do trabalho e do emprego, é manifestamente diferente do mercado de há vinte e trinta anos.
Os problemas são completamente distintos, as exigências são absolutamente diferentes e os perigos da exclusão são muitíssimo maiores.
O Movimento Sindical Português, e os Sindicatos Portugueses, mantêm um discurso e uma linha de actuação perfeitamente inalterada desde o ano de mil novecentos e setenta e cinco, o que se torna absolutamente confrangedor para uma intervenção de qualidade neste dealbar do século XXI, com prejuízo evidente para os próprios trabalhadores. A falência, quer do discurso quer da praxis sindical actual, tem a sua prova quer no próprio crescimento do desemprego quer na paulatina perda de competitividade das nossas empresas. Não estou a afirmar que a culpa do desemprego e da falta competitividade seja dos sindicatos, o que estou a dizer em que estes em nada contribuíram para que a realidade seja diferente.
Ao não contribuírem em nada para que esta triste realidade se altere, os sindicatos perdem, todos os dias, utilidade social clara e perdem-na, sobretudo, para os próprios trabalhadores.
Na maior parte das situações de conflito ou de crise empresarial, os sindicatos têm sido mais um problema para os trabalhadores do que um instrumento válido para a resolução dos seus próprios problemas.
Presos a postulados que a própria lógica da economia tornou obsoletos, completamente contaminados pelas lógicas político-partidárias, os sindicatos, hoje, não são mais do que caixas de ressonância da “não solução”.
É altura dos trabalhadores começarem a equacionar que tipo de estruturas sindicais é que verdadeiramente precisam.
Os sindicatos poderiam ser agentes activos da mudança e do progresso. Os sindicatos poderiam ser instrumentos da melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.
Poderiam ser se tivessem assumido, a tempo e horas, um papel sério na questão da formação e da requalificação profissional, e não terem sido esbanjadores de recursos e oportunidades nessa área, um papel sério no repensar da legislação laboral, que tem que ser constituída na lógica da protecção não dos empresários nem dos trabalhadores, mas na lógica da protecção da própria empresa, de forma a torná-la duradoura e operante num mercado ferozmente competitivo.
A manutenção de um posto de trabalho, num mercado não protegido, depende exclusivamente da rentabilidade intrínseca desse mesmo posto de trabalho, e essa rentabilidade é aferida quer pela produtividade do trabalhador quer pela utilidade desse mesmo posto na própria cadeia produtiva. Essa rentabilidade não é conseguida nem por decreto nem por reivindicação sindical.
Um discurso sindical ultrapassado e sem capacidade para introduzir mudanças, optimiza as condições de desresponsabilização dos empresários perante as empresas e perante os trabalhadores das mesmas, já que esse mesmo discurso demagógico e irrealista não serve absolutamente para nada e portanto nem sequer é escutado.
É evidente que este enquistamento sindical, embora seja tremendamente prejudicial para os trabalhadores, favorece os dirigentes sindicais, que muito mais do que os políticos, se eternizam nas suas funções. Este sindicalismo desinteressa aos trabalhadores da nova geração porque nada lhes diz nem nada lhes garante. Ao desinteressar aos novos trabalhadores assegura a manutenção de dirigentes sem qualquer qualificação para serem agentes da mudança.
Eu acredito, com sinceridade, na importância do Movimento Sindical, mas essa importância só é efectiva se houver uma mudança profunda na própria natureza do sindicalismo.
O sindicalismo não pode nem deve ser apenas uma bandeira de direitos, direitos esses, na sua maioria, já sem sentido nos dias de hoje. Tem que ser, também, uma baliza clara de deveres. Deveres de responsabilização da força laboral, de qualificação e de intervenção séria no sentido da manutenção e crescimento do emprego.
Já alguma vez os trabalhadores se questionaram para que servem as quotas que, mensalmente, pagam aos seus sindicatos? Têm servido para assegurarem complementos de reforma decentes? Têm servido para formar uma bolsa de seguros fortes? Têm servido para constituírem bolsas de formação e requalificação profissional? Têm servido para constituírem serviços de prestação de saúde alternativos? Na maior parte dos casos....não!
Então para que tem servido esse dinheiro, que não é tão pouco quanto isso? Não sei.