quarta-feira, outubro 25, 2006

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIDERANÇA


"As pessoas, hoje, estão ansiosas não para encontrar o 'chefe astuto', mas, sim, o líder consequente e autêntico, pois sabem que apenas ele tem a clareza e a força para guiá-las pelo caminho correcto, evitando os 'atalhos fáceis' que afastam dos verdadeiros triunfos."

Peter Michael Senge

"Cometi certamente muitos erros tácticos na minha vida política, mas tenho como certo que nunca cometi nenhum estratégico."

Francisco Sá Carneiro

Comungo inteiramente da tese perfilhada por Henry Bergson, que um bom líder é aquele que age como um homem de pensamento e que pensa como um homem de acção, ou seja que a praxis estratégicos mas que os combates só se ganham com coragem, entendimento que nem sequer é novo e já há muito publicitado por Ssu-ma Fa. política de um líder deve ser caracterizada pela ponderação, pela coerência e pela objectividade, e que a reflexão prévia, que a ela conduz, deve ser dinâmica, atentando aos detalhes e pormenores, mas mentalmente disponível para o assumir dos riscos e tendo consciência absoluta da imponderabilidade dos cenários, fazendo como um qualquer bom jogador de xadrez ou como um general que se preze, que sabe sempre que a boa condução da guerra se faz pela gestão rigorosa dos recursos disponíveis e dos equilíbrios

Um bom líder, deve saber ser, em simultâneo, previsível e imprevisível. Previsível para os seus seguidores, que nele acreditam e nele depositam expectativas e esperanças. Imprevisível para os seus adversários, que nunca deverão, sequer, imaginar o seu próximo passo.

Um bom líder é aquele que para justificar opções utiliza, sem tibieza, a primeira pessoa do singular, e não se refugia na bruma opaca de expressões do género “a minha gente”.

Um bom líder deve inspirar intrinsecamente autoridade – não confundir com autoritarismo – e essa autoridade advém-lhe do exemplo que proporciona a quem o rodeia, do seu gosto pelo trabalho, pela obra produzida e pela coragem demonstrada.

Aproveitando a citação com que inicio o presente artigo, cujo o autor é reconhecido Peter Michael Senge, o líder tem que ser inteligente no discurso que faz a cerca do poder para que consiga ser sempre coerente, nas alturas em que o exerce ou se propõe a exercê-lo, ou seja, não pode andar a apregoar postulados e princípios e depois, na primeira oportunidade, deitar tudo a perder, ditando com isso a sua descredibilização pública e cometendo um fatal erro de estratégia.

Os grandes líderes - e posso exemplificar citando alguns: Augusto, Júlio César, Carlos Magno, Isabel I, D.João II, Luís XIV, Napoleão, Marquês de Pombal, Winston Churchill, Francisco Sá Carneiro – são aqueles que não se importam, por causa das suas convicções, em ficarem sós muitas vezes, numa espécie de pregação no deserto e até mesmo de perderem algumas batalhas. Às vezes, quantas vezes, a derrota é preferível à vitória sem honra, sem brio e sem dignidade. Uma vitória sem honra, sem brio e sem dignidade não serve ninguém e muito menos o alegado vencedor, se com a mesma o mesmo perder a alma.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Aquele que conhece os outros é sábio; aquele que conhece a si mesmo é iluminado."

10:59 da manhã  

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